Ações inovadoras e ideias capazes de contornar desafios verificados no dia a dia das instituições foram compartilhadas com dirigentes de toda a Rede Federal no segundo dia de apresentação das experiências exitosas. Durante a manhã da quarta-feira (22), foram apresentadas seis experiências de ensino, pesquisa, extensão, internacionalização e gestão.
Soluções para demandas da comunidade – A partir de um projeto piloto na área da construção civil, em que os cursos ligados à área prestavam serviços técnicos de arquitetura e engenharia civil a pessoas carentes e instituições filantrópicas, a experiência trazida pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) leva o conhecimento produzido dentro da instituição para a comunidade das regiões em que está presente. Por meio dos Núcleos de Extensão e Prática Profissional (Nepp), a iniciativa tem como objetivo tornar a extensão um componente curricular.
Para que a instituição possa realizar um trabalho efetivo na comunidade, a pró-reitora de Extensão do IFRN, Régia Lúcia Lopes, conta que os projetos se iniciam com a identificação de problemas locais ou com o recebimento de demandas da sociedade. Com essas demandas conhecidas, são desenvolvidos projetos de extensão dentro dos Nepps para atuar na solução desses problemas.
De acordo com Régia, em 2017, o IFRN já conta com 23 Núcleos e com o envolvimento de 123 servidores e 211 estudantes dos mais diferentes cursos. “Essa estratégia tem trazido benefícios tanto para a instituição quanto para as comunidades em virtude da promoção de ações focadas no desenvolvimento local”, destaca.
Ações para garantir permanência e êxito – Também para solucionar uma demanda identificada na instituição é que nasceu o projeto “A permanência e o êxito no IFMS: estratégias que mobilizam a comunidade acadêmica”, do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul. O projeto é uma iniciativa criada para atacar a evasão e a retenção no instituto. De acordo com o pró-reitor de Ensino do IFMS, Delmir da Costa Felipe, para a elaboração do projeto foram analisados diversos dados ligados à organização didático-pedagógica, desempenho acadêmico e problemas socioeconômicos. Todas essas informações foram utilizadas para identificar os fatores determinantes para a evasão, a retenção e o êxito dos alunos.
Com as pesquisas em mãos, foi instituída uma comissão central responsável por propor ações sistêmicas a partir de iniciativas já desenvolvidas nos campi. A partir dessa reunião de ideias, uma série de atividades foram propostas e integram o projeto, como a semana de acolhida, aos estudantes, a participação de egressos no evento, a elaboração de cartilha de boas-vindas, a realização de oficinas de acompanhamento escolar, a semana pedagógica e muitas outras iniciativas.
Internacionalização como compromisso institucional – Estabelecer parcerias, acordos e mobilidade com instituições de outros países é uma das frentes de atuação da Rede Federal para o desenvolvimento de estudos e tecnologias. Mas se hoje o trabalho desenvolvido dentro da internacionalização é uma das marcas da Rede é porque um longo trabalho foi realizado para tornar essa área um compromisso institucional. E foi para compartilhar essa trajetória da institucionalização da internacionalização que os Institutos Federais Sul-rio-grandense (IFSul), da Paraíba (IFPB) e de Alagoas (IFAL) trouxeram à Reditec a experiência exitosa de consolidação da área dentro da Rede.
Ao retomar o histórico de criação das assessorias internacionais nas instituições, a assessora de Relações Internacionais, Mônica Maria Montenegro, comentou que, hoje, a Rede Federal já acumula uma série de projetos e ações desenvolvidos em parceria com mais de 20 países, como a oferta de cursos binacionais na fronteira, acordos de cooperação internacional e mobilidade docente e discente.
Conectando a instituição com o mundo o trabalho – Móveis projetados por uma instituição da Rede agora fazem parte de uma linha de produtos fabricados industrialmente. Este foi o caso de sucesso relatado pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), que, a partir da transferência de propriedade industrial, possibilitou a estudantes do curso superior de tecnologia em design de produtos a experiência de projetar aparadores e mini-adegas para uma empresa de médio porte da região de um de seus campi.
“Esse projeto é fruto do nosso entendimento da pesquisa como princípio educativo: precisamos fazer pesquisas que busquem solucionar as demandas das regiões onde estamos inseridos”, destacou o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Clodoaldo Machado. Para o desenvolvimento dos projetos, o gestor conta que os estudantes fizeram uma visita técnica a empresas que fazem esse tipo de produto para verem na prática as limitações dos materiais, dialogarem com funcionários e conhecerem todos os processos envolvidos na produção.
Canal de comunicação com egressos – Para manter o contato entre a instituição e seus egressos, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) colocou em prática diversas iniciativas de estreitamento da comunicação com quem já passou pelo instituto. Entre essas ações estão a realização do encontro de egressos, em que ex-alunos respondem questionários e compartilham com a instituição as suas experiências no mundo do trabalho.
Outro importante canal de comunicação criado pelo instituto é o Banco de Estágio, Emprego e Currículos, o BEEC. Na plataforma digital, estudantes e egressos têm um contato facilitado entre a instituição e empresas. Na avaliação do pró-reitor de Extensão do IFTM, Eurípedes Ronaldo Ferreira, o vínculo fortalecido com os egressos permite ao instituto readequar o seu currículo de acordo com as principais demandas verificadas por seus ex-alunos.
Comunicação como ponte entre institutos e sociedade – Quem vem de estados do país em que existe mais de um instituto da Rede Federal sabe que é comum haver certa confusão entre as pessoas quanto à identificação da marca e ao pertencimento dos campi a cada instituto. Foi com a proposta de facilitar esse entendimento sobre a Rede, especialmente sobre dois institutos do sul do país – o Catarinense e o Santa Catarina –, que o IFSC e o IFC promoveram uma campanha no Facebook com o tema.
A série de postagens não poderia começar de forma mais apropriada: no Dia do Irmão, 5 de setembro, foi lançado o primeiro post da campanha conjunta, em que os campi de cada instituição eram identificados no mapa do estado. Após o encerramento da campanha, o diretor de Comunicação Institucional, Rafael Xavier dos Passos, conta que mais de 70 mil pessoas foram alcançadas organicamente com as publicações. Além disso, o servidor comemora outros resultados, tão importantes quanto: a informação adquirida pela comunidade, a aproximação entre as instituições, o planejamento de futuras ações conjuntas e o fortalecimento de um trabalho efetivo em rede.
Texto: Greice Gomes – jornalista do IFSul
Fotos: Antônio Evaldo Soares – técnico em audiovisual do IFRR