Instituições internacionais apresentam propostas de mobilidade institucional

Representantes da França, da Austrália, da Colômbia e do Canadá estiveram reunidos com os assessores internacionais da Rede Federal para apresentar propostas e possibilidades de mobilidade institucional entre os países.  As reuniões, que foram chamadas de network meetings, aconteceram nos dias 21 e 22 de setembro, como parte da programação da Reditec 2017.

A assessora internacional do Instituto Federal do Maranhão, Virgínia Freire, considerou as oportunidades excelentes e destacou a importância do trabalho em rede. “Precisamos abraçar as oportunidades via Conif, com uma ação em conjunto, que atenda o nosso perfil. As iniciativas que já existem e foram feitas dessa forma são todas muito positivas, como o professor leitorado, por exemplo”, afirmou.

Verônica Rangel Barreto, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), destacou que os momentos de network meeting são essenciais. “É aqui que nos aproximamos com os responsáveis pelos programas, conseguimos estreitar os laços, temos ideias sobre novas possibilidades para as nossas instituições”, afirmou.

Assessora internacional do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Adriana Mesquita, apontou os desafios das parcerias institucionais entre os países. “O maior desafio sempre está nos recursos financeiros que essas parcerias demandam. Sempre temos que buscar formas que beneficiam as duas partes. Mas as opções apresentadas são realmente muito atraentes”.

Conheça a Campus France
A representante da Campus France no Nordeste, Mariana Midori Isagawa, apresentou oportunidades para brasileiros em cursos de graduação e pós-graduação na França, que podem acontecer por meio de ofertas de bolsas do governo francês, de seleção de instituições francesas, do Consulado, ou por meio de busca em vagas de empresas do país.

De acordo com Mariana, a França tem uma educação praticamente gratuita. “Os estudantes podem pleitear vagas em moradias subsidiadas, reembolso para aluguel, podem utilizar os restaurantes universitários e podem ter subsÍdio para o transporte público. Além disso, podem participar de processos seletivos para bolsas, são mais de 200 programas”, destacou.

A Campus France é a agência do governo francês responsável pela promoção do ensino superior no país. Ligada aos ministérios franceses da Educação e das Relações Exteriores, é um serviço oficial e está presente em mais de 110 países. No Brasil, possui quatro escritórios de atendimento, e está vinculado ao Serviço de Cooperação e de Ação Cultural da Embaixada da França.

Mais informações podem ser obtidas no site: http://www.bresil.campusfrance.org/

Austrália oferece editais e financiamento para estudantes e pesquisadores estrangeiros
A gerente de Educação da Embaixada da Austrália, Cristina Elsner, apresentou um panorama sobre a educação superior no país e afirmou que as oportunidades para estudantes estrangeiros se concentram em cursos de pós-graduação. Na Austrália, há uma lei específica que garante todos os direitos, assistências especiais e formas de apoio (como bolsas de estudo, moradia e saúde) aos estudantes estrangeiros.

De acordo com a gestora, há algumas formas de conseguir apoio de instituições francesas para estudar no país. “A maior parte das bolsas são fornecidas pelo Governo francês, por meio da Endeavor. São para mestrado, doutorado e para cursos técnicos para alunos que tenham a partir do ensino médio completo. É necessário se inscrever para os editais que estão publicados no site da instituição”, afirmou.

Também existem os fundos específicos para financiamento de pesquisas conjuntas entre os dois países, o Global Innovation Linkages e o Global Conection Fund. “Os pesquisadores brasileiros devem identificar pesquisas semelhantes na Austrália, entrar em contato por e-mail, receber uma carta de aceite; e iniciar o processo para receber o financiamento. Isso pode ser feito a qualquer momento, não há prazo e nem edital”, explicou.

De acordo com dados apresentados pela gestora, cerca de 30% dos estudantes matriculados no país são internacionais. A gestora também comentou sobre o significado da qualificação técnica no país. “Na Austrália, a qualificação técnica não está dissociada da formação acadêmica. O mercado de trabalho espera que a pessoa tenha um curso superior e uma especialidade técnica. Muitos profissionais voltam para a sala de aula para se especializarem em uma profissão”, comentou.

Mais informações sobre oportunidades na Austrália podem ser acessadas no site: http://brazil.embassy.gov.au/

Modelo desenvolvido por universidades colombianas pode ser adaptado para a Rede Federal
O terceiro secretário da Embaixada da Colômbia, Yesid Gerardo Romero Heredia, apresentou o contexto da educação colombiana e citou que o país quer investir em parcerias que promovam o desenvolvimento das áreas rurais e também nos cursos de espanhol.

Yesid também apresentou um modelo de parceria desenvolvido por universidades colombianas e brasileiras. “Acredito que podemos replicar esse modelo e desenvolver um projeto de mobilidade por meio do Conif e da Asenof, que é associação das entidades de educação para o trabalho e desenvolvimento humano”, afirmou.

Acesse o site da Embaixada Colombiana: http://brasil.embajada.gov.co/

Estudantes canadenses farão intercâmbio em institutos federais em 2018
O Brasil já tem uma relação antiga com o Canadá, por meio de parcerias com o Colleges and Institutes Canada (CICan). A diretora de parcerias internacionais da rede canadense, Marie-Josée Fortin, apresentou diversos dados sobre essa parceria, que teve início em 2001 e acontece até hoje. A gestora também pontuou os princípios que norteiam os colleges canadenses e falou sobre a importância do estabelecimento de projetos entre os países que promovem a educação profissional.

“Para sermos fortes precisamos trabalhar juntos, é importante dialogar, assinar acordos, trabalhar como uma grande rede mundial”, afirmou. Para o biênio 2017/2018, o CICan enviará pelo menos 33 estudantes para um intercâmbio nos institutos federais. A experiência terá a duração de dois meses. Haverá também uma chamada especial para estudantes do norte do país. Serão selecionados dois alunos para um intercâmbio de 16 meses no Canadá.

Conheça o CICan: https://www.collegesinstitutes.ca/

Texto: Beatriz Toso – jornalista do IFES

Fotos: Luiz Araújo