Experiências Exitosas: inventividade, inclusão e integração comunitária marcam segunda rodada de apresentação

A apresentação dos trabalhos da Mostra de Experiências Exitosas, um dos momentos mais esperados da Reditec, teve continuidade na tarde desta terça-feira, 21 de novembro, no Auditório Ponta dos Seixas do Centro de Convenções de João Pessoa, na Paraíba. Servidores das instituições de ensino da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica compartilharam experiências e boas práticas nas áreas de Ensino, Pesquisa/Inovação, Extensão, Internacionalização e Gestão Administrativa. No período da manhã, foram apresentadas seis ações pelos Institutos Federais da Paraíba, da Santa Catarina, do Rio Grande do Norte, do Sul de Minas e do Ceará.

O diretor-geral do Campus Santa Rita do IFPB, Sabiniano Araújo, coordenou a apresentação dos trabalhos que tiveram início com o anfitrião do evento. Richard Nunes Guedes, aluno do curso de Engenharia Elétrica do IFPB – Campus João Pessoa, falou sobre um projeto de pesquisa inovador: o Bubu Digital. Vencedor da HackBrazil, competição promovida pela Universidade de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) para solucionar problemas do Brasil, o projeto desenvolveu uma chupeta eletrônica de baixo custo capaz de monitorar a saúde de bebês, por meio de sensores de temperatura e de umidade. A iniciativa foi pensada para auxiliar pais e mães a cuidarem das crianças e, consequentemente, contribuir para redução da mortalidade infantil no Brasil e no mundo.

Além de vencer a HackBrazil, o projeto também levou o primeiro lugar na Imagine Cup Brasil, competição promovida pela Microsoft, e chegou à final da Imagine Cup Mundial. Para Richard, a oportunidade de apresentar o projeto em Harvard foi única. “Precisamos acreditar nos nossos projetos. Quando isso acontece, conseguimos dedicar tempo a eles e vemos resultados positivos. Isso ficou claro no Bubu Digital, o que mudou nossas vidas para sempre”, disse.

A segunda apresentação ficou por conta do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) com o projeto de extensão Transformando vidas de sujeitos em situação de vulnerabilidade social: somos todas mulheres sim. A educadora Consuelo Sielski falou sobre a importância de desenvolver iniciativas para promover a inclusão de sujeitos sociais que estão à margem da sociedade. Para isso, o Campus do Tubarão trabalhou com transgêneros e cisgêneros no processo educativo, oportunizando o acesso desse público à escolarização.

O projeto viabilizou a realização de um curso que alcançou também mulheres de diversos perfis: maiores de 15 anos, com baixa ou nenhuma escolaridade. A proposta reuniu conhecimentos de estética, fabricação de bijuterias, maquiagem, lições sobre como se vestir, entre outros. Ao final da apresentação, o depoimento de uma ex-aluna transgênero foi exibido. De acordo com Consuelo, todo o processo objetivou o empoderamento do grupo, informando sobre a importância do cuidado com a saúde física e mental. “Temos sim que incluir! Não adianta cada um puxar para o seu lado, mas não promover a inclusão”.

O reitor do Instituto Federal do Sul de Minas, professor Marcelo Bregagnoli, apresentou uma das boas práticas de Ensino: Olimpíada Brasileira de Agropecuária: uma experiência exitosa na educação profissional. Bregagnoli defendeu a realização de olimpíadas científicas como um processo qualitativo que incentiva o pensamento científico e inovador. Desde 2010, a Obap é realizada pelo IFSULDEMINAS com o apoio do CNPq. Ao todo, já foram mais de 2000 participantes, 100 instituições de ensino envolvidas, 618 medalhistas e 30 estudantes que participaram da International Earth Science Olympiad (Olimpíada Internacional de Ciências da Terra – IESO).

A competição desafia estudantes do curso Técnico em Agropecuária e demais áreas afins. Com etapas virtual e presencial, a Obap avalia conhecimentos teóricos e práticos, proporcionando aos competidores uma oportunidade de se envolverem com o universo da ciência, além da troca de experiências e convívio cultural, já que reúne estudantes de todas as regiões do país. Para Bregagnoli, a olimpíada é uma forma de discutir qualidade de ensino e está atrelada à descoberta de novos talentos, à divulgação científica, ao trabalho em equipe e ao despertar de novos hábitos de estudos. “A olimpíada está dentro de uma das premissas da Unesco: ‘Aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser’. A Obap surgiu nesse contexto e  percebemos um envolvimento muito grande dos competidores. São estudantes focados, disciplinados e educados”, comentou.

Outra prática de ensino compartilhada durante a Mostra foi o Relato dos resultados da realização de um curso de formação de professores. O professor Igor Moraes Paim, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), participou do Programa Professores para o Futuro promovido pelo Ministério da Educação e pelo CNPq em parceria com instituições finlandesas.

A imersão vivida por ele na Finlândia subsidiou a elaboração de uma capacitação voltada para professores, com aplicação de metodologias de aprendizagem ativa e de tecnologias digitais inovadoras. O professor explicou que na Finlândia, o foco está nos estudantes e nas habilidades necessárias para vivenciar os desafios do momento. “Fomos desafiados o tempo todo a implementar essas metodologias durante o curso. Aprendi que a metodologia é a alma do ensino, enquanto a tecnologia é o corpo. Não devemos ter medo de ouvir e nem de criticar”, disse.

A área de Gestão foi representada pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). O professor Raimundo Lucivaldo Cruz trouxe um exemplo de como lidar com os processos dentro das instituições. O projeto Alcançando oportunidades criativas em tempos de crise com Design Thinking e Business Management alcançou resultados positivos dentro do Instituto. Dois cases de sucesso da instituição com a aplicação dessas metodologias foram apresentados pelo professor: a gestão do Projeto Político Pedagógico (PPP) e do Processo Seletivo (Prosel) tiveram grandes avanços com o mapeamento dos processos e aplicação da abordagem.

“Havia uma série de desafios a serem superados, mas o ponto chave para o sucesso da abordagem foi o envolvimento da gestão e dos servidores na proposição de soluções criativas”, comentou. Todo o trabalho também envolveu a comunidade e entidades representativas. Com a experiência positiva da instituição, o próximo passo será o mapeamento de outros processos para aplicação da ferramenta.

A experiência de Internacionalização também ficou por conta do IFRN. O servidor Helber Wagner da Silva falou sobre Internacionalização centrada na comunidade. Para alcançar importantes resultados, o trabalho teve foco na comunidade local, promovendo ações nas áreas de Ensino, Pesquisa e Extensão. Toda a instituição foi envolvida no desenvolvimento das atividades, como a integração dos intercambistas com a comunidade local; incentivo à participação dos alunos em projetos voluntários; utilização do inglês como meio de instrução nas aulas da disciplina de Redes de Computadores, como articulação do Ensino; pesquisa sobre a percepção dos alunos a respeito do uso de idioma nas aulas; dentre outras ações.

Segundo Helber, a internacionalização deve ser um tema transversal, incorporando todas as dimensões da instituição ao promover o idioma nas atividades do cotidiano e do fazer institucional. “Esperamos que essa experiência possa ser adaptada à realidade dos outros institutos”, finalizou.

Confira mais fotos da Mostra na página Reditec 2017 no Facebook e no Flickr Reditec 2017 .

No Canal da Reditec 2017 Comunicação no Youtube também tem vídeos sobre as Mostras.

Texto: Erica Vilela – jornalista do IF Sul de Minas

Fotos: Luiz Araújo e Antonio Evaldo Soares (IFRR)